Com a crescente força da era digital, boa parte das pessoas não querem continuar no regime CLT, cumprindo 48 horas semanais e passando mais tempo da vida fora de casa, em um escritório fechado e optando por um formato de trabalho menos flexível.
É o que mostra a 24ª edição do “Índice de Confiança Robert Half” (ICRH), já que somente 6% dos profissionais preferem o modelo presencial. Para a alegria desse grupo, a modalidade de trabalho online vem ganhando cada vez mais destaque nos negócios.
As startups, empresas de base tecnológica, têm comandado essa nova possibilidade de as pessoas trabalharem e ganharem dinheiro de qualquer lugar do mundo com o marketing digital. Outra porta para este universo são as ferramentas de crowdwork, ou terceirização online, que se baseiam na economia colaborativa entre profissionais autônomos e agências, um em busca de trabalho sob demanda e o outro a procura de profissionais para executar o que precisam.
O match perfeito tem dado ênfase ao chamado nomadismo digital, em que os adeptos trabalham com a flexibilidade de escolher locais diferentes para o office, conhecendo cidades e países ricos em cultura e belezas naturais. Basta uma boa conexão com a internet, um notebook e o trabalho pode acontecer em diferentes paisagens.
O grupo de nômades digitais vem crescendo, são mais de 35 milhões de pessoas no mundo todo e a estimativa é de que cheguem a 1 bilhão de adeptos em 2035, de acordo com o relatório global da Fragomen, empresa especializada em tendências de imigração.
Segundo um mapeamento realizado por pesquisadores da Clínica Direito do Trabalho, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), em agosto de 2021 foram estimadas 1,5 milhão de pessoas no mercado de trabalho das plataformas digitais, aproximadamente 1,6% dos trabalhadores do país.
Plataformas digitais e de crowdwork
Ainda com base na pesquisa da UFPR, existem cerca de 1,5 mil plataformas digitais em atividade no Brasil. A boa notícia é que este número tende a aumentar com o passar dos anos, graças aos rápidos avanços tecnológicos.
De acordo com o diretor regional da Robert Half, Lucas Nogueira, “A modalidade de trabalho tornou-se um fator decisivo, capaz de impulsionar pedidos de demissão e mudanças de emprego em prol de mais bem-estar, qualidade de vida e saúde mental”.
Em nível mundial, a Topcoder – na área de programação, a Appen – empresa de dados e inteligência artificial, e a Lionbridge – que oferece serviços de tradução e localização, são alguns exemplos de plataformas de crowdwork.
No Brasil, uma plataforma de terceirização online é a Allka, voltada para o conceito de marketing on demand. A proposta da ferramenta é voltada para agências e consultores, que buscam profissionais e especialistas para cumprir as tarefas de marketing digital.
Segundo informações da plataforma, os preços, prazos de entrega e processos são padronizados e os profissionais habilitados não precisam procurar os jobs, pois as tarefas são recebidas automaticamente. De acordo com o site, são mais de 300 trabalhadores envolvidos e 125 produtos disponíveis para as agências, transitando entre as áreas de soluções web, audiovisual, design e criação, mídias e conteúdo e performance e anúncios.
A proposta do trabalho sob demanda é promover uma maior liberdade para os lados envolvidos. Segundo o ICRH, 39% dos recrutadores entrevistados já observam colaboradores que buscam um novo trabalho depois que as empresas decidem pelo retorno presencial, além de 23% dos profissionais têm a preocupação de que o presencial volte full time no futuro.
Em tempos de Burnout, ou Síndrome do Esgotamento Profissional, a tecnologia e a qualidade de vida devem caminhar juntas.
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