As frequentes ocorrências em ambientes escolares têm intensificado a necessidade de implementar medidas ainda mais eficazes para a proteção de estudantes e professores.
De acordo com um estudo realizado pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), foram registrados, nos últimos 21 anos, 30 ataques em escolas, atingindo 13 instituições estaduais, 12 municipais e 6 particulares.
Com o aumento de atos criminosos no Brasil, equipamentos tradicionais, como câmeras analógicas, não são capazes de suprir a demanda por proteção. Assim, a tecnologia tem sido o grande berço de inovações que reforçam a segurança nas escolas e em diversos outros segmentos.
A inteligência Artificial (IA) é um dos mais evidentes resultados desse avanço digital e possibilita o desenvolvimento de aplicações de monitoramento inteligente, que detectam automaticamente não conformidades, como permanência prolongada em áreas específicas, invasões e aglomerações.
Monitoramento na prática
As novas tecnologias dotadas de IA são aptas a identificar comportamentos anômalos e emitir alertas preventivos de forma autônoma à central de monitoramento. Esse enfoque proativo auxilia na tomada rápida e eficaz de decisões em situações críticas.
Algumas das soluções desenvolvidas por organizações do setor para reforçar a segurança em escolas e outros ambientes sensíveis são:
A aplicação, desenvolvida no Brasil pela WeSafer – unidade digital independente da Avantia, empresa de tecnologia para segurança eletrônica – emprega análise de imagens em tempo real, possibilitando a identificação instantânea de situações como agressões, conflitos e cenas de natureza violenta.
Os softwares analíticos de vídeo também são habilitados para detectar invasões e alertar sobre abusos de permanência no local e entorno, avisando sobre a presença de indivíduos com intenções suspeitas. Por meio de notificações preventivas, o sistema viabiliza ações imediatas, prevenindo a eclosão de incidentes graves.
Para integrar os sistemas de segurança nas escolas, o botão de pânico é uma alternativa eficaz para o rápido acionamento das autoridades e equipes competentes. A ferramenta pode funcionar por meio de um aplicativo para smartphones e integrado a tecnologias para reconhecimento de voz, evitando, assim, possíveis fraudes.
Além do monitoramento implantado nas entradas principais, para realizar uma operação inteligente de segurança nas escolas é importante controlar o acesso a áreas internas, como bibliotecas, salas de aula, piscinas, quadras, laboratórios, etc. Para atender a essa necessidade, é possível contar com sistemas de identificação biométrica, permitindo a entrada apenas de pessoas autorizadas previamente.
Organizar e monitorar o fluxo de veículos é um dos principais desafios do ambiente escolar, uma vez que, devido ao grande volume de carros, as movimentações incomuns na área podem, facilmente, passar despercebidas. Com isso, a instalação de câmeras com função LPR (License Plate Recognition), vinculadas a aplicações com Inteligência Artificial, é uma solução que permite a verificação do tráfego no local. O recurso é capaz de reconhecer, em tempo real, as placas dos veículos captados nas imagens e, ainda, realizar o cruzamento com o banco de dados da escola e/ou cadastros externos.
Segundo Mauro de Lucca, diretor de negócios da WeSafer, a segurança deve ser prioridade, seja em ambientes públicos ou privados. “O desenvolvimento de dispositivos com visão computacional é essencial para identificarmos e nos anteciparmos a eventos críticos que podem ameaçar a segurança das pessoas”, comenta.
A Inteligência Artificial se destaca no mercado com forte tendência de crescimento na área de segurança eletrônica. Segundo dados da Associação Brasileira das Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança (ABESE), o setor, que faturou aproximadamente R$ 11 bilhões em 2022, projeta um avanço de 19% até o final de 2023. De acordo com a instituição, a incorporação de novas tecnologias, como a IA e o 5G, impulsionam os resultados do segmento.
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