Conflitos entre Crianças e Adolescentes no Condomínio

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As férias escolares são um período de alegria para as crianças e adolescentes no condomínio, mas também podem ser um momento de aumento das brigas e de conflitos.
Crianças e Adolescentes no Condomínio

Crianças e Adolescentes no Condomínio

As férias escolares são um período de alegria para as crianças e adolescentes, mas também podem ser um momento de aumento das brigas e da violência nos condomínios.

É importante que todos os envolvidos, síndicos, pais e responsáveis, estejam cientes de seus papéis e responsabilidades para lidar com essas situações de forma eficaz e segura.

O Papel do Síndico e da Administração

Prevenir: O síndico deve garantir que as regras do condomínio sejam claras e de fácil acesso para todos, especialmente no que diz respeito à utilização das áreas comuns. A comunicação frequente com os moradores, através de murais, newsletters ou reuniões, também é fundamental para prevenir conflitos.

Interromper: Em caso de briga ou violência, o síndico ou outro membro da administração deve intervir imediatamente para garantir a segurança de todos os envolvidos. Se necessário, acione a polícia ou o Conselho Tutelar.

Comunicar: Os pais ou responsáveis das crianças envolvidas na briga devem ser informados sobre o ocorrido o mais rápido possível. O síndico pode mediar um diálogo entre as partes para buscar uma solução pacífica.

Registrar: É importante documentar o ocorrido, com datas, horários, descrição do que aconteceu e, se possível, fotos ou vídeos. Essa documentação pode ser útil para futuras ações, como medidas disciplinares ou processos legais.

Leia também – Como lidar com crianças em condomínios durante as férias: soluções e medidas de segurança

O Papel dos Pais e Responsáveis

Diálogo: Converse com seus filhos sobre como lidar com conflitos de forma pacífica e respeitosa. Ensine-os a expressar seus sentimentos e necessidades de maneira adequada, sem usar a violência.

Responsabilidade: Oriente seus filhos sobre as regras do condomínio e as consequências de descumprí-las. Reforce a importância do respeito ao próximo e da resolução de conflitos de forma amigável.

Exemplos: Seja um bom exemplo para seus filhos. Evite resolver seus próprios conflitos com violência e demonstre como lidar com as situações de forma pacífica e respeitosa.

Acompanhamento: Se seu filho se envolver em uma briga ou episódio de violência, acompanhe-o durante todo o processo de resolução do conflito. Demonstre apoio e orientação, mas também deixe claro que seu comportamento terá consequências.

Trabalhando Juntos

A prevenção e a resolução de conflitos entre crianças e adolescentes no condomínio exigem um esforço conjunto de síndicos, pais e responsáveis.

É importante entender que os condomínios não são responsáveis pelos menores de idade, ainda que em suas áreas comuns. ‍Essa é uma responsabilidade dos pais e seus responsáveis. O Estatuto da Criança e do Adolescente ECA – na Lei 8.069/90 e o Art. 1.634 do Código Civil estabelece esta responsabilidade. 

Através da comunicação aberta, do diálogo construtivo e da colaboração mútua, é possível criar um ambiente seguro e acolhedor para todos.

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Dicas Extras

Promova atividades em conjunto para as crianças e adolescentes do condomínio, como brincadeiras, oficinas ou eventos esportivos. Isso pode ajudar a fortalecer a integração e a reduzir a chance de conflitos.

Incentive a criação de um grupo de pais para discutir temas relacionados à educação e ao comportamento dos filhos. Esse grupo pode ser um espaço para troca de experiências, apoio mútuo e busca de soluções para problemas em comum.

Mantenha canais de comunicação abertos com os pais e responsáveis. Incentive-os a relatar qualquer situação de bullying, violência ou conflito que seus filhos presenciem ou vivenciem no condomínio.

Lembre-se: A violência nunca é a solução. Juntos, podemos construir um ambiente seguro e harmonioso para as crianças e adolescentes do condomínio.

Texto: Rodrigo Karpat, especialista em direito imobiliário e questões condominiais, Presidente da Comissão Especial de Direito Condominial no Conselho Federal da OAB, Presidente da Comissão de Direito Condominial da OAB/SP.