Deixar de pagar a taxa de condomínio pode custar caro – e até levar seu imóvel a leilão. Entenda como funciona a cobrança, os riscos e o que fazer para evitar a perda do seu patrimônio.
Se você mora em um condomínio e já atrasou alguma taxa mensal, talvez tenha se perguntado: “Será que eu posso perder meu imóvel por isso?” “A resposta é sim. A dívida condominial é diferente de outros débitos comuns, como contas de luz ou internet. Quando o condomínio entra com uma ação de cobrança, a execução pode resultar na penhora e no leilão do seu imóvel, caso o pagamento não seja feito”, alerta o advogado em direito condominial Dr. Issei Yuki.
Esse processo acontece porque a dívida de condomínio é propter rem, ou seja, está vinculada ao imóvel e não à pessoa do devedor. Isso significa que, independentemente de quem seja o proprietário, o imóvel responde pela dívida. Mas como isso acontece na prática? Vamos entender o passo a passo.
Assim que um condômino deixa de pagar as taxas mensais, o condomínio tem o direito de cobrar a dívida judicialmente. O processo geralmente segue estas etapas:
• Notificação e tentativa de acordo: O condomínio pode notificar o devedor de forma amigável, tentando um acordo para o pagamento.
• Cobrança judicial: Caso a dívida continue, o condomínio pode contratar um advogado e entrar com uma ação de execução. Desde 2016, a Lei 13.105/15 permite que a cobrança de condomínio seja feita diretamente em execução, sem necessidade de uma ação de reconhecimento prévia.
• Penhora do imóvel: Se o morador não quitar ou parcelar a dívida dentro do prazo estipulado pela Justiça, o juiz pode determinar a penhora do imóvel.
• Leilão do apartamento: Se o débito não for pago, o imóvel pode ser leiloado para quitar a dívida condominial.
O grande problema do leilão é que o imóvel geralmente é arrematado por um valor muito abaixo do preço de mercado. Ou seja, além de perder o imóvel, o proprietário pode sair com um prejuízo financeiro significativo.
Por que a dívida de condomínio pode levar à perda do imóvel?
Leia também – Síndico, você merece a Inadimplência que tem?
A principal razão para isso está no conceito de dívida propter rem, que significa que a dívida está vinculada ao próprio imóvel, independentemente de quem seja o dono. Diferente de um financiamento bancário, por exemplo, onde a dívida pertence a quem assinou o contrato, no caso do condomínio, a obrigação “segue o imóvel”. “Isso também significa que, mesmo que o imóvel seja vendido, a dívida continuará existindo e poderá ser cobrada do novo proprietário. Por isso, ao comprar um apartamento, é essencial verificar se há pendências condominiais antes de fechar negócio”, destaca o Dr. Issei Yuki.
Muitas pessoas acreditam que, por ser um bem de família (ou seja, o único imóvel da pessoa destinado à moradia, o apartamento não pode ser penhorado. No entanto, esse tipo de proteção não se aplica às dívidas de condomínio.
A Lei 8.009/90, que trata da impenhorabilidade do bem de família, abre uma exceção clara para a cobrança de taxa de condomínio. Isso significa que, mesmo que o imóvel seja o único bem do devedor, ele pode ser levado a leilão caso a dívida não seja quitada.
Se você está com dificuldades para pagar a taxa de condomínio, há algumas alternativas antes que a situação se agrave:
• Negocie com o síndico ou a administradora: Antes de a dívida chegar à Justiça, tente um acordo para parcelamento.
• Fique atento às notificações: Não ignore cartas ou avisos sobre atrasos. Quanto mais cedo agir, mais fácil será resolver o problema.
• Busque renegociação judicial: Caso a dívida já esteja em execução, tente um parcelamento com a Justiça antes que o imóvel vá a leilão.
• Evite acúmulo de dívidas: Se a taxa condominial pesa no orçamento, faça ajustes financeiros antes que os débitos se tornem incontroláveis.
Dívidas condominiais não devem ser ignoradas. O risco de perder o apartamento por inadimplência é real, e a execução judicial pode ser rápida. O ideal é manter os pagamentos em dia e, em caso de dificuldades, buscar negociação o quanto antes. “Afinal, quando um imóvel vai a leilão, a perda financeira costuma ser muito maior do que o valor original da dívida. Melhor prevenir do que remediar – e, principalmente, do que perder o seu lar”, conclui o advogado Issei Yuki.
Cookie | Duração | Descrição |
---|---|---|
cookielawinfo-checkbox-analytics | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Analytics". |
cookielawinfo-checkbox-functional | 11 months | The cookie is set by GDPR cookie consent to record the user consent for the cookies in the category "Functional". |
cookielawinfo-checkbox-necessary | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookies is used to store the user consent for the cookies in the category "Necessary". |
cookielawinfo-checkbox-others | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Other. |
cookielawinfo-checkbox-performance | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Performance". |
viewed_cookie_policy | 11 months | The cookie is set by the GDPR Cookie Consent plugin and is used to store whether or not user has consented to the use of cookies. It does not store any personal data. |