As chuvas torrenciais que atingiram o Rio Grande do Sul no mês de maio servem como um lembrete cruel das consequências das mudanças climáticas e da importância de estarmos preparados para eventos extremos. No caso de condomínios, a questão das responsabilidades em caso de enchentes e alagamentos gera muitas dúvidas entre moradores e síndicos.
O Código Civil Brasileiro, no artigo 1.346, torna obrigatório para todos os condomínios a contratação de um seguro contra incêndio e destruição total ou parcial da edificação. Essa cobertura básica garante o ressarcimento de danos causados por ventos fortes (acima de 54 km/h), que afetem áreas comuns, unidades autônomas e equipamentos do condomínio.
No entanto, o seguro obrigatório não cobre perdas com bens pessoais dos condôminos, como móveis, roupas, eletrodomésticos e veículos. Para se proteger contra esses danos, é fundamental que cada condômino faça seu próprio seguro individual.
Além de manter o seguro em dia, o condomínio pode tomar diversas medidas para prevenir alagamentos e minimizar os danos em caso de enchentes:
Leia também – Lei 4.591/64, a importância do seguro em condomínios e o que cobre
Se o condomínio sofrer um alagamento, é importante seguir estas medidas:
A adoção de medidas preventivas é imprescindível para a preservação do patrimônio e a tranquilidade dos moradores. A manutenção regular do sistema de drenagem, incluindo a verificação de garagens subterrâneas, é crucial para evitar enchentes que podem resultar em danos significativos e custos elevados.
Importa ressaltar que as apólices de seguro de condomínio geralmente não protegem contra prejuízos ocasionados por inundações nas garagens de condomínios, logo, é essencial que os proprietários confiram suas coberturas individuais de seguro veicular. Em caso de sinistros, a análise de cada ocorrência se faz necessária para determinar responsabilidades e reparações cabíveis.
Prevenir inundações em condomínios requer uma abordagem multifacetada, que envolve desde a manutenção de infraestruturas básicas até a implementação de sistemas de proteção avançados. Uma das medidas essenciais é a instalação de bombas de drenagem, que auxiliam no escoamento eficiente da água, minimizando riscos de acúmulo e alagamentos. Outra ação relevante é a elevação de entradas de garagem, que funciona como uma barreira física contra a invasão de água.
Além disso, é vital inspecionar e limpar regularmente as calhas e canos, evitando entupimentos que podem levar a alagamentos súbitos. Não menos importante é a verificação contínua de vazamentos e fissuras nas estruturas do edifício, que podem ser portas de entrada para a água. A aplicação de revestimentos impermeabilizantes em áreas propensas a inundações oferece uma camada extra de proteção, mantendo a integridade do condomínio.
A sinergia entre moradores e gestores é crucial para a prevenção de inundações em condomínios. Ações coletivas, guiadas por um plano de manutenção bem estruturado, podem fazer toda a diferença.
Em alguns casos, o Poder Público pode ser responsabilizado por danos causados por enchentes, especialmente se for comprovada negligência na implementação de medidas preventivas ou na resposta à emergência.
Os moradores que sofreram perdas materiais em decorrência de alagamentos no condomínio podem ter direito à indenização, desde que comprovem o dano e que este esteja coberto pelo seguro obrigatório do condomínio.
É importante sempre ressaltar a importância da contratação do seguro individual pelos moradores para proteger seus bens e suas unidades autônomas.
As enchentes e alagamentos são eventos cada vez mais frequentes no Brasil. Estar preparado para lidar com essas situações é fundamental para condomínios e seus moradores.
Dicas extras:
Lembre-se: A prevenção é sempre a melhor medida. Ao tomar as medidas adequadas, condomínios e moradores podem minimizar os riscos e se proteger dos efeitos das enchentes.
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