TDAH: conheça os métodos de diagnóstico e tratamento do transtorno

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A interação com outras comorbidades não tratadas também pode fazer com que o TDAH se manifeste de formas diferentes, o que é muito comum. Estima-se que 70% das pessoas com a condição convivam com duas ou mais desordens psicológicas.
TDAH

TDAH: diagnóstico e tratamento

O transtorno do déficit de atenção com hiperatividade, mais conhecido pela sigla TDAH, é um transtorno do neurodesenvolvimento que afeta cerca de 5% a 8% da população mundial, segundo a Associação Brasileira do Déficit de Atenção (ABDA). Como o próprio nome sugere, sua principal característica é a disfunção comportamental associada a desatenção, inquietude e impulsividade.

O grau do TDAH é subjetivo e está relacionado ao impacto em cada pessoa. Por isso, não há como classificá-lo em níveis, como leve, moderado ou grave, por exemplo. Enquanto alguns indivíduos podem ser mais desatentos, outros podem ser mais hiperativos ou impulsivos. Em certos casos, todos esses sintomas podem ser percebidos.

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A interação com outras comorbidades não tratadas também pode fazer com que o TDAH se manifeste de formas diferentes, o que é muito comum. Estima-se que 70% das pessoas com a condição convivam com duas ou mais desordens psicológicas. Episódios de ansiedade e depressão, por exemplo, são mais recorrentes entre esses indivíduos, e os médicos os identificam como sintomas internalizantes. Há também os sintomas externalizantes, como comportamentos de agressão e desafio.

Tipos de TDAH: do diagnóstico ao tratamento

O TDAH é um transtorno psiquiátrico não permanente, no qual o paciente pode apresentar hiperatividade, impulsividade e déficit de atenção. Muitas vezes, a condição está associada a outras comorbidades, como dislexia, discalculia e TOD. As causas podem estar relacionadas à herança genética, à prematuridade ou ao histórico de infecções no sistema nervoso.

“A dislexia, a discalculia e o Transtorno Desafiador Opositivo (TDO) são perturbações da aprendizagem que podem ocorrer em simultâneo numa mesma criança:

Dislexia

Um transtorno cerebral que afeta a capacidade de processar letras e sons, o que dificulta a leitura e a escrita. As pessoas com dislexia podem ter dificuldade em memorizar e compreender atividades verbais, como ler ou escrever.

Discalculia

Um transtorno neurobiológico que afeta a capacidade de aprender matemática. As pessoas com discalculia podem ter dificuldade em compreender conceitos matemáticos, manipular quantidades e memorizar fatos aritméticos.

TDO

Um transtorno que pode ser desenvolvido por crianças que têm outros transtornos, como a dislexia e a discalculia, juntamente com problemas de saúde mental, como ansiedade e depressão.


A dislexia e a discalculia são frequentemente diagnosticadas juntas, e algumas pesquisas sugerem que isso pode ser devido a um déficit na memória de trabalho. Por exemplo, muitas crianças que têm dificuldade com matemática também podem ter deficiência na leitura.” Grifo nosso.

No vídeo abaixo, Erasmo Casella, neurologista da infância e adolescência do Einstein, esclarece as dúvidas mais frequentes sobre o TDAH e explica a distinção entre os transtornos TDA e TDAH. Veja o vídeo:

Diagnóstico do TDAH

Não é possível diagnosticar o TDAH por meio de exames. O transtorno é identificado clinicamente por especialistas, que avaliam o paciente com base em seus sintomas, histórico e comportamentos apresentados durante as consultas.

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Esse processo não é simples nem rápido. Normalmente, exige uma série de atendimentos realizados em diferentes ambientes para verificar as reações da pessoa. Aos poucos, o profissional constrói o diagnóstico do TDAH, assim como o de outras possíveis comorbidades.

Tratamento do TDAH

O tratamento recomendado para o TDAH pode ser medicamentoso ou não. Se o transtorno não comprometer a vida social do indivíduo, são indicadas orientações de comportamento e psicoeducação. Em quadros mais severos, os médicos podem encaminhar o paciente para a terapia cognitivo-comportamental, que é particularmente benéfica para jovens a partir dos 12 anos.

No caso de crianças e adolescentes, também é indicado que seus responsáveis participem de sessões de orientação para aprenderem a lidar com eventuais situações de conflito. É importante entender que certos comportamentos provocados pelo TDAH não são intencionais e que respostas reativas a eles podem criar um ciclo vicioso que prejudica o tratamento desses jovens.

Revisão técnica: Alexandre R. Marra, pesquisador do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein (IIEP) e docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein (FICSAE).

Artigo originalmente publicado: TDAH: Métodos de Diagnóstico e Tratamento do Transtorno | Vida Saudável | Conteúdos produzidos pelo Hospital Israelita Albert Einstein